domingo, 28 de fevereiro de 2010

Surpresa da VW


















Nova Amarok

A VW já tinha feito quase de tudo na vida, menos uma picape média. E agora resolveu entrar nessa


Na linha que será apresentada no lançamento, haverá também duas outras opções de motor: 2.0 Turbodiesel, de 122 cv, e 2.0 movido a gasolina, com 160 cv de potência. E, por enquanto, apenas uma opção de câmbio manual de seis marchas. O sistema automático é coisa somente para 2011, época em que poderemos ter também as versões com motor flex e com cabine simples.

Sentado ao volante da Amarok, é interessante notar que os botões do painel, as maçanetas das portas e o próprio volante de três raios não só identificam o estilo VW como já foram vistos em outros modelos da marca. Esses elementos revelam o conceito que orientou o desenvolvimento da picape.

Apesar de o nome Robust ter sido cogitado, a Amarok tem equipamentos típicos de carro de passeio e se comporta como tal, na maior parte do tempo. A direção é leve como a do Passat, o freio é progressivo como o de um Golf e a suspensão, macia como a do Touareg – no comportamento, a suspensão só não se compara à de um sedã pela influência dos pneus 245/65 R17, próprios de utilitário. Em relação à suspensão, porém, é preciso fazer uma ressalva: as picapes de teste carregavam lastro na caçamba, o que contribui para assentar a suspensão e deixá-la mais confortável. As versões equipadas com tração 4x4 Full-Time levavam 250 kg e as 4x4 Part-Time tinham 150 kg. Segundo a VW, o objetivo da carga era simular uma condição real de uso. De qualquer modo, se o peso deu uma força para a suspensão (que usa feixe de molas semielípticas na traseira) para ficar mais confortável, sem dar aqueles “pulos” característicos, por outro lado deu mais trabalho para o motor, que se comportou com valentia durante a avaliação.

O 2.0 biturbo demonstrou desempenho acima do satisfatório tanto nas ultrapassagens, em estradas, quanto na transposição de obstáculos, em trilhas. Em relação ao câmbio, no entanto, não havia necessidade de seis marchas. As relações são curtas, o que é bom para explorar a força do motor, mas a sexta pareceu dispensável. E, no que diz respeito aos engates, a sexta velocidade acaba por confundir o motorista, uma vez que a alavanca não é daquelas que encontram o caminho da marcha sozinha, com um leve toque. Ela precisa ser conduzida até o fim do curso.

Quem viaja no banco traseiro poderá sentir falta de saídas de ar dedicadas, mas com certeza vai apreciar os bancos que permitem viajar com uma postura correta, com os joelhos no mesmo nível da bacia. Normalmente, no assento traseiro da maioria das picapes com cabine dupla, os joelhos ficam em um nível mais alto, o que cansa e compromete a circulação de sangue nas pernas.

Segundo os engenheiros que acompanharam o test-drive, a Amarok tem a missão de competir principalmente com a Toyota Hilux, que foi a referência para a fábrica durante todo o desenvolvimento. A VW quer encarar a rival em desempenho, tecnologia e segurança, entre outros aspectos. E essa briga deverá ocorrer também no mercado. Por isso, é possível imaginar que a Amarok tenha versões com preços entre 70 000 e 150 000 reais, assim como a Hilux. Diante da boa impressão causada na apresentação, o preço, aliás, é a única coisa que pode comprometer a carreira da jovem debutante. Nesse caso, a apreensão fica mais por conta dos pretendentes, uma vez que ela demonstrou ser prendada o suficiente para se cuidar sozinha.

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